segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cansada!



"Dói mais ao nosso amor-próprio sermos desprezados, que aborrecidos".
Marquês de Maricá

Estou cansada das mesmas cores, dos mesmos sabores...
Cansada das velhas palavras, de mendigar atenção. De me importar com quem não se importa comigo, de aceitar todo desprezo calada, de só chorar e lamentar pelas coisas não serem diferentes.
Estou demasiadamente cansada por não ser compreendida e tantas vezes passada como quem exige demais, quando na verdade tudo que eu queria era que me amassem e ouvissem minha solidão, observando meus gestos e minha carência estampada na minha cara amarelada.
Cansada mesmo de ter que agradar quem queria que eu nem existisse, triste e saturada de tanta hipocrisia e de tanto interesse contido nas pessoas. Dessas roupas rasgadas querendo esconder toda soberba.
Cansada de ter que usar uma mascara em cada lugar, de falar sempre que ta tudo bem, de não ter como escolher o que realmente é melhor pra mim.
Estou cansada de esconder o que sinto, magoada por ser tratada como um objeto sem valor.
Eu estou exausta!

Dedicado pra mim e pra fresca da Laylyne!


quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sem chão...


E como de costume ela fez que não viu, sua felicidade mais uma vez sendo levada pra longe, pelo vento da solidão...
Com o coração esmagado e com a face violentada ela tenta seguir, mesmo que lentamente e sempre com seus olhos molhados e cobertos de desilusão.
A força que diminui a cada dia a impede hoje de acreditar no além do arco-íris e na delicadeza existente nas flores naturais, só o que não morre são as flores artificiais que estão por toda a parte, consumindo as pessoas.
Não tem palavras, não tem chão...apenas procura por uma explicação, pra tanta dor...pra tanta decepção.
Não duvide que o que se planta se colhe em dobro...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sem graça...


“Sem cor, a vida sem sabor...”

Nunca quis ser conformada com um céu não estrelado, com qualquer explicação...
Viver apenas por respirar aqueles minutos que vem e vão e você sem sequer percebe a falta que ele te faz.
Não gosto de pés no chão, a não do ser no sentido descalço, de menina que sai correndo sobre aquela grama verdinha que só existe na imaginação.
Estou a todo momento olhando para o relógio, já sabendo o que virá, e confesso que não gosto da cor daquela casa que faz parte do meu caminhar.
Eu não olho mais para os lados, porque já sei o que irei ver, eu não corro no escuro porque sei que vou cair, eu não seguro meus olhos abertos porque sei que vou dormir.
Já houve dias mais coloridos, cheios de entusiasmos e cobertos por novos sabores, hoje já sei que meu sorvete preferido é de leite ninho, que o que faz de mim pequena é a parte que me falta, e eu não acho nenhuma graça...

sábado, 17 de abril de 2010

Seus dias...


"De longe te hei de amar- da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância".
Cecília Meireles


E há tempos não sai no quintal, nem caminha sobre a linha do trem... tão pouco sorri de suas lembranças, que sobram.
Tem em sua garganta aquele osso que sufoca, que mantém suas palavras pela metade, engasgadas diante da imensidão de seus pensamentos reais, e da multidão de sentimentos reprimidos que carrega dentro do peito.
Flores murchas cobrem seu bem estar, e a impedem de sonhar com aquele jardim de esplendor, que um dia fizera parte de seus dias.
Vai em busca do vento que insiste soprar em outra direção, e não a permite voar, deixando suas asas ressecadas junto ao fosco olhar dominado pela frustração.
Espera a todo momento por um novo presente que a surpreenda e a deixe feliz novamente.
Seus brinquedos estão todos guardados na velha caixa de papelão, cobertos por esperança e apenas com uma fresta de luz...

terça-feira, 9 de março de 2010

Aquela saudade...



“A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar.”
Rubem Alves

Hoje aquela saudade chegou com o vento, e como tempestade que vem sem avisar destelhou meu lar, destruiu meus sonhos e me fez te amar...
Como me dói querer-te pra mim...esperar por palavras não ditas e só pensar em dias que já se foram como fumaça , pra tão longe de mim.
Tão grande a dor de ouvir sua voz falando comigo, palavras doces, ditas por tantas vezes, mas que hoje se calou. Ouço tudo mesmo sem som...vejo você mesmo que de olhos fechados.
Recordando o primeiro encontro, aquele em que tive a certeza de que me faria sofrer, de algum modo, eu sabia. O primeiro beijo, aquele que me encantou e me fez querer a cada dia mais a sua presença em meus dias, e no meu mundo que você pediu pra entrar.
Seu colo, seus abraços, suas carícias, tudo é tão singelo e tão grandioso pra mim.
Momentos destruídos pelos famosos minutos que vão varrendo toda a alegria conquistada por horas ao lado de alguém especial.
Lágrimas que desfizeram a oitava cor do arco-íris, e me trouxeram novamente pra minha solidão.
Te quis e ainda te quero tanto, te fiz e ainda te faço com tal zelo e devido encanto...meu menino desenvolvido.
Tenho medo de um dia desses fazer parte apenas de mais um poema adormecido... e jogado no tempo.