segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A Descoberta...


E quando você pensa que não descobre que sim...

Ela sonha com um amor pra vida toda...mas de forma diferente.
Espera ser surpreendida um dia desses com alguma história fascinante em seu destino repleto de curvas...
Que ele sente ao seu lado em um ponto de ônibus ou que a convide para sair de madrugada e supere suas expectativas...que voe de longe para bem perto de sua janela e a cubra de flores celestiais...que simplesmente apareça de modo que nada a impeça de sentir aquelas borboletas no estômago... e assim, abrace o mundo inteiro em um só segundo.
Afim de que seus desejos sejam notados, e apreciada sua alma, junto ao seu sorriso que tanto precisa de um olhar hipnotizador...
Ela não dorme mais como antes, e já não sente o mesmo sono...
Não canta as mesmas canções, nem sorri para as mesmas pessoas...
Mas continua ali, com seu entusiasmo infantil, com suas caretas em frente ao espelho, ensaiando as peças de seu futuro tão esperado...
Corre atrás de lagartixas, mas nunca consegue alcançar... Sonha com seu castelo de morangos e chantili, e acorda sempre com a boca amarga.
Insiste em sua versatilidade, mesmo sabendo que é uma só espécie, aquela, incomum, mas comum...com os mesmos sapatos, sempre vestida com fitas e laços...mas não de cetim!
E finalmente eu consegui entender porque falava naquele tom, tão baixo que faltavam palavras...descobri que ela precisa se sentir especial, mas não só para abelhas e formigas...


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A espera...


Porque às vezes esperamos demais por alguma coisa que não acontece e talvez nem exista...

E esse medo de viver sem conseguir realizar o que se sonha amadurece a cada dia como uvas em época de verão...
A menina continua naquele canto sem luz, retraída e cantando baixinha a canção rotineira. Ela sorri sem querer, se alimenta sem sentir o sabor, nem mesmo dos doces que ela tanto aprecia em todas as estações...
O que será que ela tanto espera?
Dias atrás a vi passando pela linha do trem, mas dessa vez não estava cabisbaixo, olhava para o alto e sorria para os pássaros e para as borboletas que brincavam em seu nariz pintado. Vi quando retirou a máscara e entrou na sua casa sem portas e sem janelas, apenas coberta por uma fumaça acinzentada que sai de sua chaminé encantada...
Ela se sente sozinha e por isso chora daquele modo assustador, com som de violoncelo desafinado.
Notei que existem mais pessoas iguais a ela no mundo, com cabelos longos e descuidados, com olhar vidrado e sobrancelhas escondidas...
Muitas vezes encontramos em nosso caminho decepções arrasadoras e tristezas profundas, e isso é o que vai nos matando lentamente, e nos deixando em mal estado. Esse querer e não poder nos consome!
Penso que talvez isso tenha a ver com aquela menina que tanto estimo, mas que ela nem sabe quem sou, e nem mesmo imagina o tamanho de meu apreço por seu dom sublime de esconder quem é...










terça-feira, 10 de novembro de 2009

Olhe em meus olhos...


"Preciso me ver em seus olhos, para que meu coração possa bater em seu compasso."
( Ana Lunna )


Olhe em meus olhos e veja a cor de minha alma
Olhe em meus olhos e sinta todo amor que há em meu coração
Olhe em meus olhos e apenas sorria por pena de mim
Olhe em meus olhos e cante aquela velha e boa canção

Olhe no fundo de meus olhos e verá todas aquelas borboletas
Voe para o espaço que há entre os sonhos e a realidade
Caminhe pelas pedras furta cores que te guiarão aonde for
Expire as flores secas e renove o dom de seu bem estar

Ouça o gorjeio dos pássaros e adormeça em paz
Brinque de ser criança apenas perto do lago azul
Observe aquela luz negra existente em minhas pupilas
E acredite que nem sempre a aparência é real

E então só por mais alguns segundos eu imploro
Olhe em meus olhos, me veja, e toque meu interior!
Olhe no fundo de meus olhos e se despeça de ti
E somente nesse momento viva o que vive em mim


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Doçura de Menina


“Quanto amargor fermenta-se no fundo da doçura, quanto desespero esconde-se na abnegação e quanto ódio mistura-se ao amor.”
Marguerite Yourcenar

E mais uma vez ela chorou e evitou seu típico sorriso de menina desencantada...
Talvez pelo momento que não permitia ao sol iluminar sua face, talvez pela grande descoberta de que vive uma história real.
Os sonhos se tornam pequenos em meio a tanta evolução, aos gritos ecoados pelo tempo que insiste em continuar sem direção.
Enquanto caminha na sua leveza cotidiana é notada em meio a multidões, de grilos... mas enquanto conversa eles preferem ignorar seu olhar profundo, desviando –se dos seus olhos pequeninos que tanto demonstram seu sentimentalismo banal.
E segue assim, sempre com aquele frio na barriga , se entusiasmando com tão pouco...
Onde quer que ela vá esta sempre acompanhada por formigas que querem consumir sua doçura notada apenas por ela mesma.
Feito o último pedaço de bolo esquecido ela se sente, com aparência fria e endurecida, mas que quando tocada se despedaça...
Seus pensamentos não mudam, só abrem espaço para mais uma canção de solidão, que insiste em perturbar seu sono e tirar dela todo dom de ser quem é...simples e sonhadora!