quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A espera...


Porque às vezes esperamos demais por alguma coisa que não acontece e talvez nem exista...

E esse medo de viver sem conseguir realizar o que se sonha amadurece a cada dia como uvas em época de verão...
A menina continua naquele canto sem luz, retraída e cantando baixinha a canção rotineira. Ela sorri sem querer, se alimenta sem sentir o sabor, nem mesmo dos doces que ela tanto aprecia em todas as estações...
O que será que ela tanto espera?
Dias atrás a vi passando pela linha do trem, mas dessa vez não estava cabisbaixo, olhava para o alto e sorria para os pássaros e para as borboletas que brincavam em seu nariz pintado. Vi quando retirou a máscara e entrou na sua casa sem portas e sem janelas, apenas coberta por uma fumaça acinzentada que sai de sua chaminé encantada...
Ela se sente sozinha e por isso chora daquele modo assustador, com som de violoncelo desafinado.
Notei que existem mais pessoas iguais a ela no mundo, com cabelos longos e descuidados, com olhar vidrado e sobrancelhas escondidas...
Muitas vezes encontramos em nosso caminho decepções arrasadoras e tristezas profundas, e isso é o que vai nos matando lentamente, e nos deixando em mal estado. Esse querer e não poder nos consome!
Penso que talvez isso tenha a ver com aquela menina que tanto estimo, mas que ela nem sabe quem sou, e nem mesmo imagina o tamanho de meu apreço por seu dom sublime de esconder quem é...










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