"Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito".
William Shakespeare
E aquele medo irreal que a menina sentia se tornou realidade: ele voltou...mas não para ela!
Voltou apenas para o mesmo espaço que se resume em pedaços de asfalto e tristeza sem flores no fim da primavera...
Ela não quer levantar daquele vão que fica entre a cama e a parede de seu quarto... já chamei, já gritei, e até cantei como pássaro feliz em cima de sua cabana. Mas ela continua inerte, com os olhos arregalados, sem movimento em sua pálpebra que tanto gostava do seu sobe e desce diário.
Sua face não tem mais expressão, não consigo entender seus gestos que de tão lentos meu tempo não consegue acompanhar.
Sinto seu sofrimento calado e disfarçado pelas portas que ainda existem ali por perto... seus desejos que foram jogados no precipício se encontram agora saciados pelo desprazer que sente nesse momento ou em outro qualquer.
E mais uma vez ninguém se importa com a cor de seus olhos e nem com o brilho de seus cabelos negros e amassados naquele travesseiro.
Talvez amanhã seja um novo dia para ela....talvez seja apenas mais um!
Em que continuará com a temperatura gelada e com seu mais baixo volume...
Sei que não será fácil pra ela aceitar que a vida não segue seus desenhos pintados com lápis de cor...
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