quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mal me quer...


“Um dia peguei uma margarida e fiz o “bem-me-quer, mal-me-quer”… na primeira vez deu bem-me-quer, então me ama. Na segunda veio não-me-quer, mas não fiquei preocupado…as margaridas também podem mentir!”
Jim Morrison

A noite não foi muito boa para a pequena menina que costuma ter sonhos coloridos...
E mais uma vez ela ficou cabisbaixo com cara de flor murcha em meio ao jardim de suas ilusões.
Passou pela multidão com seu pequeno sorriso amarelado, tentando convencer a todos que seu mundo ainda tem aroma de chiclete azul.
Eu sempre a observo aqui de cima quando deito em minha beliche de algodão. Fico admirando suas fantasias tão cheias de cortes e remendos, aquelas feitas de novas decepções e das velhas cores desbotadas. Me questiono nesse tempo o que faz dela essa estátua que consegue se movimentar apenas quando ouve o som daqueles seres tão pequenos que sempre a convidam para morar na floresta com eles.
Ontem eu a vi chorando na beira do lago, estava tão triste e tão feia que sua imagem nem refletia nas águas, e os sapos até mostravam a língua pra ela!
Mais no fundo eu sei que ela ainda tem esperança de que suas asas cresçam e a ajudem a realizar suas pequenas glórias.
Seus segredos enganam em vão seu próprio coração que sabe mais do que imagina sobre seus sentimentos tão danificados, mas tão excessivos em sua dose de bem querer.
Ela sempre dorme com sua janela aberta e antes de mim! Assim pude ver naquela noite sem lua quando tirou a última pétala de uma pequena flor e suspirou dizendo: Mal me quer!

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